Karoline Verri Alves e Luan Augusto — Foto: Arquivo pessoal
No trágico ocorrido desta segunda-feira (19), uma aluna de 17 anos foi brutalmente assassinada no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, localizado em Cambé, região norte do Paraná. Durante o incidente, um aluno também foi atingido na cabeça por disparos, porém conseguiu ser socorrido. De acordo com a Polícia Militar, o atirador responsável pelo ataque foi detido.
Os fatos se desenrolaram por volta das 9h da manhã, quando um ex-aluno, de 21 anos, dirigiu-se à direção do colégio com o intuito de solicitar documentos, mas acabou efetuando os disparos.
Karoline Verri Alves, de 17 anos, foi alvejada e veio a óbito no local. Um outro aluno, identificado como Luan Augusto, de 16 anos, foi atingido na cabeça e recebeu atendimento médico, sendo encaminhado para o Hospital Universitário de Londrina (HU).
Imediatamente após os tiros, a polícia foi acionada e o atirador foi capturado. Em sua posse, foram encontrados uma machadinha, carregadores de revólver e a arma utilizada no crime.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que, além das armas, o agressor carregava consigo um caderno contendo anotações sobre ataques em escolas, incluindo o trágico episódio ocorrido em Suzano, São Paulo. Adicionalmente, a secretaria foi informada pela família do agressor de que ele possui esquizofrenia e está sob tratamento médico para essa condição.
Segundo relatos das famílias envolvidas, Karoline Verri Alves e Luan Augusto eram namorados. Luan Augusto encontra-se internado em estado grave, sedado e entubado. Está prevista a realização de uma cirurgia ainda hoje, segunda-feira (19).
Em decorrência desse incidente trágico, tanto a prefeitura quanto o governo estadual anunciaram a suspensão das aulas em todas as escolas de Cambé.
Testemunhas relatam momentos de terror
Uma adolescente que sobreviveu aos disparos dentro do Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, região norte do Paraná, compartilhou sua experiência, mencionando que ela e um grupo de alunos foram ameaçados pelo atirador enquanto estavam escondidos dentro da sala dos professores.
"Ele disse: 'Se não abrir essa porta, todo mundo aqui dentro vai morrer'. Nós estávamos trancados na sala dos professores. Tentamos correr, mas ele apontou a arma para mim e para outras cinco amigas minhas, e então atirou. Porém, conseguimos escapar", relatou a estudante durante entrevista à RPC (Rede Paranaense de Comunicação).
Outra aluna, que estava no refeitório com suas amigas, relata ter ouvido os disparos.
"Estávamos sentadas no refeitório, eu e algumas amigas. De repente, ouvimos três tiroscomo se fossem fogos de artifício. Ao olharmos para a direção dos ruídos, avistamos um rapaz próximo à fenda do portão. Decidimos manter o silêncio e correr. Quando percebemos, ele já havia se afastado pelo outro lado, e apenas conseguíamos ver as faíscas do revólver", relatou a estudante.
No momento dos disparos, o diretor da escola orientou os alunos a se abrigarem nas salas de aula para se protegerem.
Governo decreta luto oficial e autoridades comentam
O presidente Lula manifestou sua consternação pelas redes sociais diante desse triste episódio nas escolas. Ele lamentou a perda de mais uma jovem vida para o ódio e a violência, destacando a necessidade urgente de se construir um caminho para a paz dentro das instituições de ensino. Expressou também seus sentimentos e orações à família e à comunidade escolar.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também lamentou o caso de violência e enviou suas condolências aos familiares da vítima e à comunidade escolar de Cambé.
Em virtude dessa tragédia, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias em todo o estado do Paraná e expressou seu pesar pela morte da jovem estudante. "Como governador e como pai, manifesto minha solidariedade aos familiares neste momento de profunda dor. O Paraná está de luto", afirmou o governador.
Durante um evento no Rio de Janeiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, lamentou o episódio violento e ressaltou a importância de ações relacionadas às redes sociais. Ele destacou que, hoje em dia, é possível ver a apologia à violência nas palmas das mãos dos jovens.
O ministro da Educação também expressou sua tristeza pela morte e pela violência ocorrida na escola em Cambé durante um evento no Ceará. Ele enfatizou que a escola deve ser um local de paz e acolhimento, prometendo a implementação rigorosa das medidas determinadas pelo presidente, em parceria com os estados e municípios brasileiros. Segundo ele, é lamentável que esse episódio tenha ocorrido.
O trágico incidente em Cambé ressalta a urgência de se promover a segurança nas instituições de ensino, bem como a necessidade de atenção e cuidado com a saúde mental dos estudantes, a fim de prevenir episódios violentos semelhantes.
Com informações do G1
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