Símbolo hippie ou cruz onde foi crucificado o apóstolo Pedro? Paz ou satanismo? Dúvidas como estas cercam o famoso símbolo cuja criação é dividida por dois autores, o imperador Romano Nero e Gerald Holtom (integrante da inteligência britânica na Segunda Guerra Mundial).
A origem pacifista do símbolo se dá em 1958, durante a Campanha para o Desarmamento Nuclear (Campaign for Nuclear Disarmament), movimento liderado pelo Reino Unido, e que se tornou a maior manifestação pacifista da Europa, liderado por duas organizações inglesas.
O símbolo foi desenhado pelo integrante da inteligência britânica durante a Segunda Guerra Mundial, Gerald Holtom, e toma como base a linguagem de bandeiras, quando se sobrepõe a N sobre a D (N de Nuclear e D de Disarmament).
Segundo Holton a linguagem das bandeiras, muito utilizada na aviação e na navegação marítima, é um código reconhecido mundialmente garantindo a legalidade e legitimando o símbolo.
Dois anos após a sua criação, nos anos 60 surgiu o movimento hippie, os jovens passaram a contestar a sociedade e os valores tradicionais, militar e econômico. O começou nos Estados Unidos, impulsionado por músicos e artistas em geral.
A explosão do movimento hippie e a Campanha para o Desarmamento Nuclear ocorreram junto com a Guerra do Vietnã, iniciada em 1959, fazendo com os hippies americanos passassem também a usar o símbolo para questionar o alistamento militar, o envio de tropas e a própria guerra, que ocorria longe do território americano, no Sudeste Asiático se estendendo até 30 de abril de 1975.
O símbolo foi usado em manifestações, passeatas e eventos de contracultura, durante toda a década de 1960 e em 1969 encontrou seu ápice no festival de Woodstock, ou "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música", organizado na fazenda de 600 acres de Max Yasgur na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos.
O evento reuniu mais de 500 mil pessoas, e tornou o símbolo extremamente popular, em todo o mundo. Os hippies defendem o amor livre e a não-violência, sintetizado pelo lema "Paz e Amor". O movimento é constituído pelos direitos civis, igualdade e antimilitarismo nos moldes da luta de Gandhi e Martin Luther King.
Satanismo
A crença de que o símbolo representa seitas e ideais satanista estão relacionada com a crucificação do apóstolo de Cristo, Pedro, em Roma entre os anos de 64 e 67 d.C, no Circo de Nero, localidade onde se ergueu o Vaticano.
Nero, último descendente de Júlio César, tornou-se imperador romano aos 17 anos, matou a mãe as 22 anos, assassinou a esposa, casou novamente e tornou a matar a mulher, que estava grávida, três anos depois.
A história de que Nero colocou fogo em Roma é um mito, mas realmente o império sofreu um forte incêndio e a responsabilidade sobre a tragédia recaiu sobre os cristãos. A partir de então, teve início a perseguição aos cristãos.
Nero prendia, torturava, e transformava todos os que acreditavam em Cristo em atração de seu Coliseu. O local foi palco de centenas de mortes.
Pedro foi uma das vítimas. O imperador sabia que o apóstolo era um dos líderes do movimento católico e o condenou à crucificação. Por se considerar inferior a Cristo Pedro fez um último pedido, ser crucificado de ponta cabeça.
Nero sabia que a crucificação dessa forma seria dolorosa e para aumentar o martírio do líder católico decidiu quebrar os braços da cruz, tornando o processo ainda mais doloroso.
Segundo lendas cristãs, a crucificação não ocorreu na primeira vez em que o católico foi preso, já que ele havia conseguido escapar. Misteriosamente, a prisão onde estava desmoronou, no dia seguinte à sua captura.
A crucificação aconteceu anos após o desmoronamento, quando o apóstolo foi preso junto com Paulo, a condenação à morte foi rápida. Paulo foi decapitado, pois era cidadão romano e contava com esse benefício, e Pedro, por ser estrangeiro acabou crucificado.
No curto período em que permaneceu atrás das grades converteu 47 prisioneiros e dois soldados.
Nero batizou a cruz de Pedro como ''Sinal do Cristão Quebrado”, ou a “Cruz de Nero”.
Segundo achados arqueológicos da idade média, a Cruz de Nero foi difundida entre os satanistas. Entre os Vikings e escandinavos, a cruz era representada pela runa Tyr, ou Tyr invertida, representando a morte.
A reflexão sobre o real sentido do símbolo, se serve à paz ou ao satanismo cabe a cada indivíduo. Acredito que os símbolos carregam a força que atribuímos a eles, se acreditamos na paz a teremos se cremos no diabo ele aparecerá.
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