Conheça a vida e carreira de Cândido Gil Gomes Jr., um renomado jornalista, advogado e repórter policial do Brasil, que ficou conhecido nas emissoras de rádio e TV como Gil Gomes. Descubra como ele se destacou nas redações dos jornais, ganhando popularidade por seu estilo único de voz e gestos. Saiba mais sobre sua trajetória, afastamento e retorno à TV, bem como sua triste partida em 2018.
Cândido Gil Gomes Jr., também conhecido como Gil Gomes, nasceu em 13 de junho de 1940, na cidade de Sorocaba. Tornou-se uma figura emblemática da comunicação brasileira, com atuação marcante no rádio e na televisão. Sua popularidade foi conquistada graças ao seu estilo próprio, caracterizado pela voz peculiar, gestos marcantes e forma única de se vestir. Além disso, era torcedor fervoroso da Associação Portuguesa de Desportos.
No período entre 2005 e 2016, Gil Gomes afastou-se da televisão. No entanto, em 2016, ele retornou como apresentador do programa "Bom dia! Boa noite!" na TV Ultrafarma, mostrando sua versatilidade na comunicação.
Gil Gomes vendia balas e santinhos nas ruas de São Paulo
Desde cedo, Gil Gomes mudou-se com sua família para São Paulo, onde cresceu no bairro Mooca. Durante sua infância, vendia balas e santinhos na porta de uma igreja, onde mais tarde foi aceito como congregado mariano.
Apesar de enfrentar a gagueira, ele superou essa dificuldade ao imitar locutores esportivos que ouvia no rádio. Essa experiência o levou a se tornar locutor nas quermesses da igreja, revelando sua verdadeira vocação para a comunicação. Abandonou o sonho de seguir a carreira médica, desejado por seu pai, e ingressou no mundo da rádio.
Gil Gomes começou como radialista aos 18 anos na Rádio Progresso
Aos 18 anos, recebeu seu primeiro emprego como locutor esportivo na Rádio Progresso. A partir daí, passou por várias rádios paulistas e do interior, até chegar à Rádio Marconi, onde ingressou no departamento de jornalismo. No fim dos anos 60, tornou-se chefe desse departamento.
Durante sua trajetória na Rádio Marconi, Gil Gomes conheceu Ana Vitória Vieira Monteiro, com quem foi casado por 14 anos e teve três filhos: Guilherme Gil Gomes, Daniel e Vilma. Guilherme trabalhou com o pai até sua morte prematura, causada por hepatite C. Daniel Gil Gomes seguiu os passos do irmão e ocupou seu lugar na equipe. Vilma Gil Gomes, por sua vez, tornou-se advogada. Gil Gomes também foi casado com Eliana, com quem teve duas filhas: Flavia e Nataly.
O reconhecimento de Gil Gomes como repórter policial teve origem em um incidente ocorrido em 1968. Enquanto realizava entrevistas por telefone com políticos, soube de um caso de agressão sexual no edifício onde a rádio estava instalada. Sem hesitar, Gil desceu as escadas do prédio com o microfone na mão, transmitindo ao vivo a cobertura do caso. Essa transmissão teve uma audiência recorde e foi nesse momento que Gil percebeu que um programa policial ao vivo era o caminho a seguir.
Na Ditadura Militar Gil Gomes foi preso mais de 30 vezes
No entanto, o trabalho de Gil Gomes não foi fácil, pois o regime militar vigente na época não tolerava críticas à polícia. Além disso, a Rádio Marconi já era visada pelas autoridades devido à sua postura de oposição ao governo.
Gil e sua equipe foram presos mais de trinta vezes, mas ele conseguiu escapar de consequências graves devido à sua amizade com alguns policiais
Quando a censura prévia começou a afetar a programação da rádio, Gil improvisava narrando histórias infantis e compartilhando receitas culinárias para substituir as notícias censuradas.
No entanto, não foram apenas as autoridades que hostilizavam Gil Gomes. Enquanto trabalhava na elucidação de crimes junto com sua equipe, ele passou a receber ameaças de morte por parte dos criminosos.
Gil competia com José Gil Avilé, conhecido como "Beija-Flor", o primeiro repórter policial da Rádio Bandeirantes. Gil também teve a oportunidade de apresentar um programa na Rádio Tupi.
Aqui Agora projetou a carreira de Gil Gomes para todo o Brasil
Na televisão, Gil Gomes ficou amplamente conhecido por seu trabalho no programa "Aqui Agora", idealizado pelo SBT em 1991 como um jornal popular, com uma abordagem mais descontraída e popular.
Ele compartilhava a equipe com outros nomes conhecidos, como Sônia Abrão, Celso Russomanno, Jacinto Figueira Júnior (o "homem do sapato branco") e Wagner Montes, entre outros.
No programa, Gil desempenhava um papel de destaque, aprimorando ainda mais sua aparência, voz e gestos, que conquistaram o grande público e inspiraram imitadores em programas de humor.
Com suas camisas coloridas, adquiridas em bancas de camelô de bairros populares, microfone na mão direita e gestos peculiares, ele narrava os fatos diretamente do local do crime, com sua voz arrastada e grave que ganhava volume nos momentos mais dramáticos. Ele usava frases curtas e, às vezes, nem as completava.
Nas entrevistas, não se mantinha neutro, mostrando emoção diante das vítimas e indignação diante dos criminosos
"Aqui Agora" fez tanto sucesso que passou a ter duas edições diárias. No entanto, com o surgimento de concorrentes, o programa perdeu audiência e foi encerrado em 1997.
Em 1998, Gil foi contratado pela TV Gazeta como repórter do programa "Mulheres". No ano seguinte, ele participou da Escolinha do Barulho, na Rede Record, junto com Dedé Santana, Miele, Bemvindo Sequeira e outros comediantes.
Entre 2004 e 2005, Gil trabalhou como repórter e apresentador do "Repórter Cidadão" na RedeTV!.
Em 2005, Gil Gomes decidiu se afastar da família, dos amigos, da TV e do rádio. Após quase 50 anos de carreira, parecia que sua trajetória havia chegado ao fim devido ao diagnóstico de mal de Parkinson.
A emocionante entrevista de Gil Gomes para o apresentador Geraldo Luís
No entanto, em 23 de março de 2014, Gil Gomes foi convidado pelo apresentador e jornalista Geraldo Luís para participar do programa "Domingo Show", da Record. Nessa entrevista memorável, Gil relembrou sua carreira no rádio e na televisão, emocionando a todos.
Em dezembro de 2016, Gil Gomes retornou à televisão mais uma vez. Ele foi contratado pela TV Ultrafarma para desenvolver reportagens e comentários.
Infelizmente, Gil Gomes faleceu em 16 de outubro de 2018, aos 78 anos, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer no fígado desde 2015. Sua morte deixou um legado significativo no jornalismo policial do Brasil. Gil foi um profissional carismático, conhecido por seu estilo peculiar, voz marcante e gestos característicos, que conquistaram milhares de fãs ao longo de sua carreira.
Gil Gomes deixou um importante legado para o jornalismo brasileiro, tendo sido um dos repórteres policiais mais reconhecidos e admirados do país. Sua coragem e dedicação em trazer notícias sobre crimes e casos de grande impacto deixaram uma marca na história da comunicação.
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