Três pedras uma história recheada de mitos, lendas e ovnis


A cidade de Botucatu possui atrativos naturais incríveis com vários mirantes que apontam para diversos pontos da Cuesta e sem dúvida a paisagem das Três Pedras é uma das mais admiradas e visitadas.

Essa formação rochosa pode ser avistada em trânsito pela rodovia Marechal Rondom e vicinais vizinhas, com diversos acessos e trilhas até o local, o que torna esse cenário um dos mais importantes da região.

Esse contexto é famoso e toda a beleza natural é complementada por um contexto de mistério, cheio de mitos e lendas que só aumentam ao longo dos anos. 

Entre os mitos, lendas e fatos históricos temos relatos orais repassados por gerações a respeito de índios adoradores de deuses amigos, aparições de extraterrestres com muitos Óvnis e bolas de fogo que sobrevoam toda a região. Além disso as Pedras são consideradas ideias para os adeptos de esportes de aventura, com trânsito intenso de atletas das mais diversas modalidades.

Isso ocorre porque a formação rochosa se encontra em ponto estratégico da Cuesta, exatamente na divisa entre as cidades de Botucatu, Pardinho e Bofete, porém, vale acrescentar que a formação rochosa, que é um dos principais atrativos visuais de Botucatu fica na cidade de Bofete.

Além disso, as Três Pedras integram a formação geológica conhecida como Gigante Deitado. Que também podem ser admiradas pela rodovia Marechal Rondon próxima à Bofete. No caso, as pedras formam o pé do gigante.

A extensão territorial das Três Pedras supera 600 metros. A primeira pedra tem aproximadamente 40 metros de altura, a do meio, que é a mais famosa, com cerca de 50 metros de altura e 200 metros de comprimento, já a terceira pedra tem 30 metros de altura e 80 metros de extensão.

O bom e interessante é que existem muitas opções de entretenimento nas proximidades das Três Pedras, com armazéns e restaurantes instalados em mirantes posicionados em vários pontos da Cuesta. Esses estabelecimentos estão preparados para receber turistas e oferecem alimentação típica além de música ao vivo.

O que garante suporte para praticantes de esportes radicais como rapel, tirolesa e o cicloturismo, serviços esses que são oferecidos por agências especializadas.

É agora que começa os pontos interessantes a respeito das formações rochosas, as Três Pedras podem ter servido de ponto de referência para os indígenas sul-americanos que percorriam o lendário Caminho do Peabiru. Caminho esse muito utilizado antes do descobrimento do Brasil e que ligava o litoral ao interior do continente.

Uma das lendas locais mais famosas a respeito dessas Pedras diz que um tesouro Jesuíta está enterrado nas proximidades ou em cavernas da região. Segundo a tradição oral, por volta do século XVIII (18) padres foram cercados por indígenas e para fugir do cerco e preservar o tesouro enterraram os baús e logo em seguida foram mortos pelos índios.

De acordo com outra versão dessa história, escravos abriram uma vala, guardaram o ouro e em seguida os padres mataram todos e enterraram junto com o tesouro.

Em torno desse tesouro existe uma lenda local sobre um morador de Conchas que haveria descoberto o tesouro e ia constantemente até o local, recolhia um pouco de ouro e em seguida gastava no comércio da região. Segundo Francisco Machado de Camargo, pesquisador e autor do livro "Nas trilhas do Peabiru", isso não passa de mito, o rapaz em questão se chamava Benedito Aparecido de Camargo, tratorista que trabalhou na abertura da estrada que liga o município de Bofete à rodovia Marechal Rondon contra todo pelo DER.

Sua esposa, Aparecida Caprioli, relatou ao autor que nos intervalos da obra Camargo ia até as proximidades das Três Pedras e retornava para a casa com cristais que ele afirmava serem diamantes, porém eram apenas pedras que nunca foram analisadas. A lenda se formou quando o trabalhador faleceu naquela região de mata sem nunca revelar exatamente o local exato onde encontrava essas pedras.

Apesar desse suposto ataque indígena a presença Jesuíta na região continuou ao longo dos anos, e de acordo com Antônio Carlos dos Santos, o Nica, responsável pelo grupo Aventureiros da Cuesta, em uma mata localizada onde seria a barriga do gigante, haviam 3 casas de pedras consideradas esconderijos dos Jesuítas, e eram refúgio dos religiosos. 

Eles eram proprietários das terras de toda aquela região, criavam gado. Foi então que, de acordo com informações extraoficiais, Marques de Pombal deu ordem para matar todos os jesuítas da região e foi então que eles se refugiaram naquela região, pois o ponto era privilegiado, de lá os religiosos poderiam ver ao redor, porém que estava abaixo do morro não conseguia visualizar as residências.

O gado criado na região de Botucatu abastecia a ordem Jesuíta de São Paul, onde hoje é o Pátio do Colégio em São Paulo. Essas residências apresentam a data de construção do complexo, por volta de 1902.

A relação de religiosos com aquela formação rochosa, não parou com os Jesuítas, temos o célebre sacerdote capuchinho Frei Fidélis da Mota (Frei Fidelis Maria di Primiero) que foi transferido para Botucatu em 1952. Ele escreveu os livros “Hércules e América Pré Histórica” e “Fomos e Somos a Atlântida”. Nesses livros ele divulga que os indígenas da região realizavam nessas pedras o culto negro da serpente ou cultos negros da antiga 

Suméria. Frei Fidélis criou todo um imaginário popular conhecido e reconhecido até hoje relacionando a formação rochosa com a presença de Sumérios na América. Em torno dessa teoria o religioso desenvolveu um dicionário Sumério / Português

Foi Fidélis que criou todo o imaginário popular em torno das Três Pedras, ele defendia que a Pedra do Meio, era um Templo construído por indígenas há 3.000 Antes de Cristo e chamava esse templo de Templo da Serpente. 

A formação rochosa tem fama de atrair Óvnis e discos voadores, o que provoca fenômenos estranhos no céu, na região a população afirma que avistamentos de óvnis são bastante comuns com luzes que se movem entre uma direção e outra, ou próxima da Pedra do Meio.

Do mesmo modo, existem ainda aqueles que acreditam que o local serviria de ponto de aterrissagem desses objetos. Essa fama coloca Botucatu no roteiro do ufoturismo.

Essa fama de pista de pouso de Óvnis traz para a região Turistas e pesquisadores que relatam fenômenos estranhos como a interferência magnética nas bússolas. Vale ressaltar que um grupo de pesquisadores da revista UFO, em 2010, relatou que a agulha da bússola de precisão, em alguns pontos, apontava para a direção da pedra do meio e não para o norte.

A presença de óvnis na região motivou inclusive um pastor a sugerir a construção de um observatório em uma entidade de atendimento e recuperação de viciados em álcool e drogas, o Desafio Jovem. Essa história remonta o ano de 1997 e foi sugerida pelo Pastor Walter Reis, que justificava o investimento que seria dispersado como uma oportunidade para que os adictos atendidos adquirissem conhecimento sobre astrologia e ufologia. A ideia não foi para a frente e o observatório nunca saiu do papel.

O pastor foi incentivado por um contato imediato de primeiro grau experimentado por ele, dizendo por volta de abril de 1997 avistou um objeto cinza em forma de prato. O religioso foi inspetor da aeronáutica e ressaltou que os movimentos do objeto eram diferentes de tudo o que ele já havia visto, descrevendo como irregulares e bruscas.

O avistamento foi testemunhado por outros dois internos da instituição. O Desafio Jovem foi construído na estrada que dá acesso às Três Pedras e o pastor afirmava ainda que o estranho objeto seguiu em direção à formação rochosa.

A coleção de relatos sobre avistamentos de Óvnis na região remonta há anos, e um dos mais famosos ocorreu em julho de 1978, quando um trem que partiu de Avaré por volta da 01h30 da madrugada foi acompanhado por uma bola de fogo por mais de 26 km mantendo uma distância aproximada de 500 km da locomotiva.

Segundo o maquinista a Bola de fogo era amarela e fazia movimentos de aceleração, aumentando a intensidade de sua luz e vindo a desaparecer do nada com uma forte luminosidade. A história foi confirmada pelo foguista e publicada no jornal local.

Além de todo esse contexto as "Três Pedras", também serve de inspiração literária, como é o caso do livro "A montanha Encantada", escrito pela escritora Maria José Duprê, que na infância residiu em Botucatu, no distrito de Vitoriana.

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