Veja como o projeto Tamar recuperou a tradicional renda de bilro

No início de 1990, o Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar participou de reuniões da extinta Associação de Moradores de Almofala, onde observaram que a renda de bilro, artesanato antes bastante difundido na região, estava desaparecendo.

Segundo eles as "moças" não se interessavam mais pelo processo de “rendar” e as esposas de pescadores não tinham ânimo para se reunir no intuito de produzir. O baixo preço das peças e a dificuldade de escoamento da produção eram as principais questões que dificultavam a continuidade do trabalho da rendeira.

Assim, em 1999, foi desenvolvida pelo Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar uma oficina de incentivo para filhas de pescadores aprenderem a fazer renda. “A surpresa foi enorme ao vermos que, a maioria das pessoas inscritas na oficina lá atrás, eram rendeiras mais idosas que vinham, por curiosidade, ver que movimento era aquele e o que queriam aquelas pessoas do projeto” diz Eduardo Lima, coordenador regional no Ceará.   A oficina foi um sucesso, surgindo o Grupo de Rendeiras e Outros Artesanatos de Almofala.

O objetivo inicial foi alcançar apoio e suporte junto a Central de Artesanato do Governo do estado do Ceará – CEART, que passou a comprar toda a produção de guardanapos, jogos americanos, porta copos entre outros. Muitas dessas peças foram exportadas para a França e alguns países europeus.

Quatro anos após, ainda trabalhando para a Central de Artesanato, o grupo iniciou a produção de peças inspiradas nas tartarugas marinhas, como toalhas de lavabo e jogo americano, para as lojas Tamar.

Atualmente o grupo agrega 19 famílias de pescadores que recebem pela produção de peças. Nos últimos anos as confecções do Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar passaram a trabalhar com o grupo de rendeiras absorvendo a produção de renda em metro para agregar valor as peças de vestuário comercializadas nas lojas. “Eu gosto muito de fazer renda, já fiz renda para muita gente, mas faz tempo que trabalho para o projeto das tartarugas, gosto muito, a gente ganha um dinheirinho e ainda faz aquilo que gosta, né?”diz Maria do Ambrósio, rendeira mais antiga do grupo.

O Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar apoia a formação e organização de grupos produtivos desde o processo inicial de sensibilização e articulação até a aplicação de métodos de organização, produção, aquisição de matérias-primas, criação e aperfeiçoamento de produtos, capacitação das artesãs e escoamento através das lojas Tamar. São valorizadas técnicas artesanais, a cultura local e as questões de gênero, criando uma fonte de renda alternativa para as famílias e fortalecendo o vínculo das comunidades com as ações de conservação das tartarugas marinhas.

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